PADUA, Elisa Domingues. Pesquisa de imunoglobulinas anti-Leishmania spp. e avaliação clínica de gatos residentes em áreas endêmicas do Rio de Janeiro. 2017. 67p. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária, Patologia e Ciências Clínicas). Instituto de Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2017.
Apesar de alguns relatos da ocorrência de Leishmaniose em felinos, a literatura é escassa no que diz respeito à sua pesquisa em populações de gatos de áreas endêmicas para a doença. Desta forma, o presente estudo teve por objetivo pesquisar, em Seropédica e Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro, área endêmica para Leishmaniose tegumentar e visceral canina, a possibilidade de infecção em gatos, por meio de teste rápido qualitativo, da pesquisa de anticorpos anti-Leishmania chagasi pelas técnicas de ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) e reação de imunofluorescência indireta (RIFI). Para tanto, foram colhidas amostras de sangue e soro de 255 gatos, os quais foram encaminhados à Escola Nacional de Saúde Pública (FIOCRUZ). Nessa população, cinco gatos (1,9%, 5/255) foram reagentes ao teste rápido (TR DPP®), 44 (17,3%) apresentaram anticorpos anti-Leishmania spp. identificados pela RIFI. Os principais sinais clínicos observados nos animais soropositivos foram secreção ocular (16/44 – 36%), secreção nasal (16/44 – 36%), emagrecimento (7/44 – 15,9%), alopecia (6/44 – 13,6%) e lesão ulcerada na pele (5/44 – 11,3%), além de hepatoesplenomegalia (2/44 – 4,5%), linfadenomegalia (5/44 – 11,3%), opacidade de córnea (2/44 – 4,5%) e gengivite (2/44 – 4,5%). Não foi possível estabelecer uma padronização para o ELISA. A detecção de anticorpos anti-Leishmania spp. em felinos chama a atenção para essa espécie que deve ser mais investigada em relação ao seu poder como fonte de infecção em relação ao parasito.